"Sônia Maria Dorce." Ela foi a menina de 5 anos que colocou um cocar e deu o “boa noite” na primeira transmissão da TV Tupi.
Na versão da própria Sônia, dada ao Estadão em 2 de dezembro de
2000, ela citou o pai, Francisco Dorce, que era diretor musical, maestro
e pianista da Rádio Tupi e muito amigo dos “Cacique dos Associados”, do
“Velho Capitão”: Assis Chateaubriand. E foi esta amizade que rendeu à
filha de Francisco, esta abertura da inauguração. Isto, porque Francisco
Dorce foi um dos que acompanhou Chateaubriand aos Estados Unidos para
comprar os equipamentos e realizar a maluca idéia de se fazer a quarta
emissora do mundo! A ponto de que um dos televisores, que vieram junto
com os equipamentos, chegasse a ser colocado na casa de Sônia, como
presente de Chatô.
E
naquela noite de setembro, Chateaubriand pegou a menina no estúdio,
preparou-a para a apresentação, arrumando sua roupa e de última hora,
inventou uma louca ideia de colocar um cocar de índio na cabeça de
Dorce, para que ela ficasse uma indiazinha, como o símbolo da emissora, o
Tupi. Empurrou-a para frente dos refletores e ela, dizendo aquela
pequena frase bem decorada, inaugurou a TV brasileira, após a abertura
com o test-patern da Tupi ir ao ar, sob uma pequena fanfarra composta
por Villa-Lobos, cujo nome foi perdida através dos tempos,
lamentavelmente, mas que na cabeça de muitos telespectadores pioneiros e
principalmente na daquela equipe ficou guardada até os dias atuais.
E
Dorce depois, no segundo dia, já estrelava Gurilândia, a versão
televisionada do Club Papai Noel, onde declamava poemas enormes e bem
decorados, sem saber ler! Foi assim que teve sua grande carreira, sendo
sempre a filha das primeiras novelas da Tupi, além de fazer comerciais e
muito mais.”

Jornalista e autor da série de livros “O Guia dos Curiosos”. É um dos
“Loucos por Futebol” da ESPN-Brasil, apresenta o “Você é Curioso?” na
Rádio Bandeirantes e o "É Brasil Que Não Acaba Mais!" na BandNews FM.
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